Neste
momento, Novo Hamburgo é comandada por mulheres, mas a política
ainda é dominada por homens. Porém, a nova presidente da Câmara,
Patricia Beck, acredita que vivemos um momento de mudança. Ainda são
treze homens e, novamente, apenas uma mulher na vereança, frisou
durante a cerimônia de posse. “Espero que em breve outras
vereadoras também ocupem uma cadeira no Poder Legislativo.”
De
acordo com dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), Novo Hamburgo naquele ano contava com 115.766
homens e 123.174 mulheres, ou seja, elas são a maioria. Em
contrapartida, o TRE-RS destacou que, nas eleições de 2016, foram
eleitas 31 prefeitas e 455 prefeitos no Estado – e 807 vereadoras
ao lado de 4.103 vereadores homens.
A
Câmara hamburguense, historicamente, têm poucas representantes do
sexo feminino. Na legislatura passada, apenas Patricia ocupou uma
cadeira. Na 15ª Legislatura (2009-2012), eram só duas
parlamentares: Anita Lucas de Oliveira e Carmen Ries. A primeira vez
que uma mulher foi eleita vereadora foi para a 6ª Legislatura, em
1968: Sandra Hack. Ela era a única mulher entre os 10 representantes
do povo. Em 1973 havia duas legisladoras na cidade, Maria Paula
Biondi e Marlene Plangg, sendo que esta última foi a primeira mulher
– e a única até 2017 – a assumir a presidência da Casa. Desde
então, houve legislaturas sem vereadoras, e elas nunca chegaram nem
a um terço do grupo.
A
prefeita Fátima Daudt – primeira mulher a assumir este cargo na
cidade – também salientou durante a sua posse a baixa
representatividade feminina nos cargos eletivos. “Quero incentivar
todas as mulheres a lutar e conquistar seus espaços. Deixo aqui
também minha profunda admiração aos homens que valorizam o
trabalho feminino.” Vale lembrar que o Foro da Justiça Estadual da
Comarca de Novo Hamburgo também tem uma mulher no comando: a juíza
diretora Patricia Dorneles Antonelli Arnold.
Sociedade
desigual
De
acordo com o IBGE, em 2009 a média dos rendimentos anuais das
mulheres era 72,3% da dos homens, mesmo considerando-se a mesma
escolaridade e grupamento de atividade. Também de acordo com o
instituto, as mulheres, em geral, ocupam posições mais precárias
na hierarquia das ocupações.
A
desigualdade continua em casa. Na edição de 2009 da Síntese
de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da
população brasileira,
é possível ler que “do total das mulheres ocupadas, 87,9%
declararam cuidar dos afazeres e do total dos homens, 46,1%”. O
número médio de horas na semana dedicado a esses afazeres é de
20,9 para as mulheres e de 9,2 para os homens.
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