É fato que os protestos iniciaram pelos jovens em revolta ao aumento das passagens do transporte coletivo em São Paulo. Certamente, não tinham ideia da proporção que estas manifestações tomariam. Diante das reivindicações dos estudantes outras parcelas da população perceberam a importância de aderirem ao movimento, ampliando também a lista de reivindicações por melhorias no país.
Os protestos hoje já não são mais pelos R$ 0,20 como diversos meios de comunicação insistem em afirmar, tornaram-se movimentos de cidadania.
Se pensarmos nas reivindicações dos manifestantes nas passeatas que estão ocorrendo, perceberemos que na verdade a população quer a moralização social.
As pessoas pedem o fim da corrupção, o fim da impunidade, querem mais acesso à saúde, querem forte investimento na educação, querem emprego, segurança, mais apoio contra as drogas. Enfim, querem seus direitos que estão garantidos na Constituição efetivados na prática.
Concordo com tudo! Mas, para que mudanças significativas ocorram de fato será necessário uma nova ordem moral. Digo isso, pois me pergunto todos os dias: “Acabará a corrupção se os brasileiros forem corruptíveis?” Certamente não! Considero esta, a solução para todos os problemas que enfrentamos.
Precisamos começar pela base da sociedade, em nossas famílias. O resgate dos valores morais deve começar em nossos lares. A partir daí teremos condições de orientar nossos filhos, através dos nossos exemplos, cobrando atitudes corretas para o convívio em sociedade.
Não podemos mais admitir os famosos “jeitinhos”, tão pouco, favores ou benefícios em troca de voto. Se queremos mudanças, elas devem começar por nós.
Sempre me pergunto, onde estão os ensinamentos que recebíamos de nossos pais e avós? “Não minta, não mexa no que não lhe pertença, agradeça, peça por favor, olhe para os dois lados antes de atravessar uma rua, respeite os mais velhos, cuide dos mais novos, não fure a fila, não jogue lixo na rua, não estacione em local que não é permitido, assuma seus erros, devolva o troco a mais que receberes, devolva a bola do amiguinho, não grite, estude, não aceite injustiças, trabalhe honestamente, honre sua família, converse com seus filhos, ajude o próximo, ame sua pátria...” Sinto falta da escola, quando uma vez por mês cantávamos os hinos do País, do Estado e da Cidade.
Não vejo mais isso. Parece que ser honesto é feio, algo que devemos esconder dentro de nós. Mas, isso está errado! A sociedade precisa de honestidade, é isso que torna o povo forte.
Precisamos nos reestruturar, recompondo nossa sociedade com base nos valores morais. Pois, se tivermos a ética e a moral como base não aceitaremos compactuar com atos ilícitos. Tenho plena convicção de que as pessoas estão percebendo isso e grande parte dos protestos, mesmo não intitulados com apelos morais, indiretamente o pedem.
Eu acredito que podemos melhorar, que a sociedade está acordando para um futuro onde teremos orgulho de ser brasileiros!
Patrícia Beck
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